terça-feira, setembro 8

Quero estes!



querido Pai Natal, dá-me estes,

que me portei

tãaaaao bem este ano.

Afinal, o Natal pode ser quando se quer, ou não?

segunda-feira, agosto 31

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco

Mário Cesariny

terça-feira, agosto 25

é como se a inspiração de outrora, bem mais eminente e veloz estivesse adormecida. (será o seu fim? ) de que precisamos para escrever?
de que se alimenta aquele que escreve? daquilo que lê? daquilo que vê? daquilo que sente? ou de um conjunto mais ou menos equilibrado entre isto e mais um par de botas?
houve tempos em que escrever era um exercício diário, parte de uma rotina bem mais saudável, bem mais feliz, bem mais intelectual.
perderemos para sempre o ímpeto criativo, uma vez fechada a gaveta? ou será possível retomá-lo, talvez no próximo desgosto, na próxima surpresa, na próxima viagem?
onde encontrar as respostas? ficar à espera? ou não questionar de todo?

ou será que, como dizia o outro, "the answer my friend, is blowing in the wind..."?

quarta-feira, agosto 12

breu

o azul escuro é o lugar mais sozinho do mundo. o preto, é onde está toda a solidão.

quinta-feira, julho 30

ser invisível. ter a certeza de que ninguém me vê, nem por dentro nem por fora.
ser impetuosa. seguir com as horas num impulso, perder os medos e seguir.
ser menos eu. mas só de vez em quando.
deixar-me levar. abrir as mãos e deixar cair aquilo que seguro com tanta força. que força é essa?
um copo de vinho com vista para Central Park e um cigarro. retomar o gosto antigo pelas letras. não, prefiro um latte do Starbucks.
um comboio para Paris e um bilhete rumo a Tóquio. uns meses.
depois regressar a casa. onde fica?
correr, fazer exercício. deixar o suor limpar todos os poros, renová-los.

e regressar ao rés-do-chão do prédio ao fundo da rua quieta é tudo o que quero ao final do dia.

sexta-feira, julho 24

sonho de uma noite de Verão

Se tivesse de escolher um cd para levar quando o mundo acabasse.
Tudo de Zeca Afonso. Incontornável. E agora não consigo parar de ouvir...
(é favor pôr em pause ali ao lado )





Esta noite com ele. Sim, o Zeca.

terça-feira, julho 21


eu sei que às vezes sou difícil.
ainda me custa atravessar a estrada sem olhar para os dois lados, sem ter a mão dada.
a boneca dos trapos anda sempre a cozer bocadinhos de tecido novo, sempre a renovar o vestido. tarefa que demora mais do que o que contamos, mas que vale sempre a pena no final. não te parece?
a bonequinha das sardas ainda gosta de olhar o sol com orgulho e espetar um moinho de vento bem fundo na terra, bem ao lado dos malmequeres e das margaridas, e soprar. soprar bem fundo e observar o rodopiar apressado dos triângulos de cor.
ainda gosto de ser um bocadinho pequenina. e isso não tem mal nenhum, ou tem?